(Não obstante a análise do ano
pessoal, a energia do ano universal deve ser compreendida como uma alavanca
para potenciar o melhor de cada ano, marcando aspetos gerais e comuns que
deverão ser tidos em conta para uma maior realização pessoal.)
2014 – Energia 7 – Reflexão
“A verdadeira filosofia é
reaprender a ver o mundo” – Maurice Merleau-Ponty
O 7 é o número do conhecimento,
da reflexão, da introspeção e do pensamento. Rege os aspetos metafísicos, a
filosofia, a intuição e a perceção na busca da verdade. É o número do espaço
interior, do silêncio, da tranquilidade e do tempo que passa, lento mas certo.
É o número da fé, da crença, da leitura, da escrita, do campo e natureza.
É um número de elevado
significado espiritual e transcendente por relacionar-se com todos os aspetos
inerentes ao ser, com a passagem do invisível para o visível e com a
transmutação de energia que marca o fim de um ciclo de criação física. “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo
o que neles há, e ao sétimo dia descansou” (Êxodo 20:10-11). 7 são
igualmente os dias que compreendem cada fase da lua que marca os movimentos da
natureza e da nossa regeneração celular. São sete os dias da semana, as cores
do arco-íris e as notas musicais. O 7 surge associado a um ciclo cósmico
periódico em que há uma harmonização interior que nos prepara para,
compreendidas as energias precedentes, as materializar e assim criar um bem
comum. Compreendido entre o 6 e o 8, o 7 é o número que faz a transição
da energia emocional para a energia do mundo prático. É a ponte entre aquilo
que se sente e aquilo que se realiza e que tem forma. É o acesso à substância sem
forma que cria. É a compreensão da nossa natureza, do que não se vê e do que se
intui. É o fim de um ciclo em que há a oportunidade de rever, analisar,
conhecer e corrigir o que foi feito e criado nos seis anos anteriores para que
a materialização dê os frutos que se pretende no ano seguinte.
O ano de 2014, regido pela
energia 7, será um ano de fortes movimentos interiores que obrigam a mudanças e
a equacionar o nosso papel não só na nossa vida, mas na interação com os
outros. Para tal, será importante que se abra espaço a que estas mudanças
ocorram pois estes movimentos requerem tranquilidade, paciência, fé e um espaço
interior que deve ser cultivado e respeitado. A visão, os sonhos antigos e os
projetos outrora abandonados deverão ser revisitados. Refazer, reestruturar,
repensar, refletir, revisitar, relembrar, reencontrar e regenerar deverão ser
ações presentes com o objetivo de melhorar e procurar dentro uma resposta mais
favorável e mais adequada ao futuro que se pretende construir.
Será um ano em que os domínios da
metafísica, da filosofia, do estudo da vida, da existência e da espiritualidade
serão mais prementes. É um ano em que a reclusão deverá existir apenas para que
se viaje interiormente a fim de buscar uma verdade escondida e devolver um
sentido aos aspetos práticos da vida. Por esta razão, será de evitar o
isolamento, a fuga, a evasão através do pensamento e a excessiva individualização.
Como o ano de 2014 trará a necessidade de procurar um sentido para a vida, estão
favorecidos quaisquer tipos de estudos neste sentido, de qualquer modo é
aconselhável associar o pensamento à intuição. A consciência e a
responsabilização das ações poderão ser um peso demasiado pesado para carregar
levando à tendência a racionalizar as circunstâncias, o que poderá dificultar a
compreensão do próprio papel na condução da vida e dos acontecimentos. É, pois,
importante que a reflexão seja associada à fé e à confiança no processo da vida,
mas também ao nosso papel nas escolhas e ações que determinam os caminhos que seguimos.
Correndo o risco de racionalizar em demasia, pensar em demasia, interiorizar ou
calar em demasia, poderão surgir estados depressivos que deverão ser evitados
ou ultrapassados, fazendo do recolhimento uma oportunidade de expansão. O
contacto com o campo e a natureza poderá ser altamente rejuvenescedor e uma
oportunidade de reequilíbrio de energias.
O ano de 2014 marca sobretudo o
levantar do véu da verdade, trazendo ao de cima questões ocultas e até agora
veladas, ou ainda a revelação de aspetos importantes, pois é maior a
consciência e a capacidade para os entender e integrar. As descobertas devem
ser comunicadas e partilhadas.
Ganham maior importância os
documentos assinados, os compromissos, os contratos, os acordos, a palavra e a
tomada de posição, ainda que seja feita em termos tácitos. A privacidade, a
intimidade, a necessidade de um espaço próprio, o Eu e a vontade própria ganham
maior domínio.
As relações são afetadas na medida
em que a energia do ano exige relações de energia semelhante. Assim sendo,
estão favorecidos novos relacionamentos ou amizades que nos colocam em contacto
com uma energia de ascensão e de evolução. Haverá a tendência ao isolamento e a
que se necessite de maior espaço, privacidade e momentos a sós. Lugares longe
da multidão serão os escolhidos, o que poderá trazer o sabor amargo da solidão
que, por sua vez, trará a sua consequência nos anos seguintes. Desta forma,
procure um equilíbrio no seu relacionamento com os outros o que parte, obviamente,
de um equilíbrio na relação consigo mesmo. Crie espaços de convívio saudável
com o seu Eu interior, para que o convívio com os outros não lhe pareça uma
cedência de privacidade. A liberdade será, neste âmbito, um domínio importante
na medida em que, através de uma disciplina focada e estruturada é possível
alcançar uma liberdade eficaz que permita que as relações de cooperação se
estreitem e haja, efetivamente, uma partilha do “Eu” para criar um melhor “Nós”.
Em termos de saúde, haverá que
dar maior atenção a questões do foro psicológico bem como à tensão nervosa.
Práticas de equilíbrio energético e meditação são recomendadas, pois é um ano
em que o desgaste mental e físico será maior, sobretudo para aqueles que
resistam à energia do ano. Para além disto, sendo um ano de energia espiritual,
estarão fortemente favorecidas todas as atividades que construam pontes entre o
corpo e alma.
Em termos profissionais, estarão
favorecidas as atividades que associam o conhecimento, os estudos, a
tecnologia, a análise, a escrita e os assuntos místicos.
Apesar de o ano de 2014 apelar à
pausa e ao descanso para que haja tempo e espaço para o silêncio e para a compreensão,
não deverá ser um ano de estagnação. Na verdade, haverá a sensação de que os
movimentos não ocorrem e de que há demasiada lentidão nos processos, mas o
desenrolar dos acontecimentos e do próprio entendimento será feito no seu tempo
certo, e não no tempo físico. Assim sendo, durante o ano de 2014 será
importante que se aprenda a respirar, a pausar, a silenciar a mente e a
respeitar o tempo de cada um e, sobretudo, do nosso próprio caminho. A paciência
é a virtude que conduz à compreensão dos factos importantes, não devendo,
portanto, ser descurada.
O ano de 2014 é, sobretudo, um
ano de redescoberta e de tomada de consciência que terá os seus benefícios na
proporção da abertura, da confiança, da recetividade e disponibilidade de cada
um para se reavaliar, se analisar e se conhecer, sem crítica, mas com
pensamento claro e objetivo.
A energia do ano universal estará
reforçada, nos aspetos positivos e negativos, em pessoas que estejam em anos
pessoais 7 ou que tenham aspetos kármicos 7. Aqueles cujos mapas revelem forte
presença de energias 4, 7 ou 11 poderão esperar e deverão abrir-se a revelações
espirituais. O bloqueio da energia do ano poderá, de forma menos positiva,
levar a estados mentais de desequilíbrio, a isolamento, à desconfiança em si
próprio, nos outros e na vida e à não-aceitação da sua própria natureza. De
forma mais positiva, este ano poderá levar a que se encontre um sentido para a
vida, a uma aceitação filosófica dos porquês da existência, ao encontro com uma
sabedoria interior que é orgulhosamente reconhecida, revelada e partilhada.
Durante o ano de 2014 procure
confiar, abrir-se à evolução da consciência, partindo de um lugar de paz e não
de conflito. A aceitação não parte da passividade, mas sim da compreensão do
que é verdadeiramente importante e da perfeição de cada acontecimento, no seu
dado tempo e na sua própria dinâmica. Foque-se em si a fim de se conhecer e,
assim, poder partilhar com o mundo melhor de si. A melhor relação que pode e
deve construir é a relação consigo próprio: conhecendo-se, aceitando-se e, por
fim, amando-se.
“No maravilhoso território do silêncio nós
tocamos o mistério. Ele é o lugar da reflexão e contemplação, e é o lugar onde
nós podemos nos conectar com o conhecimento profundo, para o caminho da
sabedoria profunda.” – Angeles Arrien