sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Desde esse dia...



Desde esse dia…

As noites são as estrelas, o brilho, o encanto e a magia. São espaços de encontros dedilhados, segredos partilhados e descobertas de luz. São a paz, a tranquilidade e a serenidade do céu azul que, coberto da brisa fresca, suplica o calor do abraço. As noites são o começo. São o momento do primeiro beijo roubado. Do segundo beijo temido. De todos os restantes beijos desejados. São o momento do silêncio que tudo diz e que compromete. Do não que se torna sim. O momento em que o eu passa a ser nós. Desde esse dia, a noite passou a ser a nossa cúmplice, testemunha amiga e guardiã de todos os segredos.



Desde esse dia…

As manhãs são o desafio, o combate e a trégua. São os raios de sol que invadem a nossa noite para que inventemos uma nova forma de acontecermos.  Somos transparentes, despidos das roupas velhas e vestidos de medos. Damos pequenos passos para não nos atropelarmos. Aprendemos a conduzir juntos, devagar e com ternura. Conseguimos não atropelar a vida. Ela devolve-nos mais manhãs de coragem e de inspiração. Desde esse dia, vivemos inspirados de tudo. Amar inspira-nos.



Desde esse dia…

Queremos mais da vida. Queremos diferente. Vivemos insatisfeitos. Temos vidas diferentes das dos outros. Somos diferentes e assim descobrimos a felicidade. Somos o caminho de nos transformarmos naquilo que sempre quisemos ser, mas que desconhecíamos. Desde esse dia, sabemos um pouco mais. Sabemos o que queremos ser.



Desde esse dia…

Há mais de tudo. Há mais questões e mais respostas. Há mais mudanças. Há mais pessoas perto de nós e mais pessoas que se afastam. Há mais em casa. A nossa casa é maior. Tem mais molduras, mais livros lidos e livros por ler, mais encontros marcados, mais gatos, mais banda sonora, mais momentos a dois, mais palavras doces, mais silêncios, mais gargalhadas e mais cor. Ouvimos mais, sabemos mais e cuidamos mais. Gostamos mais de nós próprios. Somos os guerreiros na arte de manter a vida em movimento. Desde esse dia, sabemos que juntos conquistamos o mundo.



Desde esse dia…

Sabemos a importância das coisas que realmente importam. Valorizamos o que nos faz bem. Libertamo-nos do que não nos serve. Perdemos o medo de chorar um frente ao outro e temos prazer em partilhar lágrimas de emoção. Respeitamos o espaço do outro e criamos espaço para sermos nós. Temos orgulho no que nos tornámos, nas escolhas que fizemos e orgulhamo-nos de nos termos escolhido um ao outro. Apreciamos a verdade das nossas emoções. Rimos, damos abraços e pedimos desculpa. Ensinamos, aprendemos, acompanhamos os passos, criamos equilíbrio, damos segurança, saltamos de mão dada, arriscamos, beijamos sempre que nos apetece e abraçamos sempre que há frio. Desde esse dia, os dias e as noites são mais quentes.



Desde esse dia…

Há uma grande parte de mim que respira contigo. A minha mão descobre o toque na tua. Os meus olhos refletem o sorriso dos teus. A minha voz diz as palavras que te ficam presas na garganta. A tua calma sossega o meu coração impaciente. O teu peito é o porto seguro onde repouso as minhas inquietações. O nosso amor é o mapa do caminho a seguir. Desde esse dia, fechamos os olhos, pensamos um no outro, e sabemos para onde ir.



Desde esse dia,

Faz tanto tempo e é tão pouco o tempo que passou. Já descobrimos tantas formas de ver a vida, já vivemos tanto e há tanto para viver. Desde esse dia, todos os dias são uma aventura de caminhos de sol. Desde esse dia, queremos mais dias desses. Queremos voltar a apaixonar-nos e cruzar de novo os nossos caminhos, como no primeiro dia em que nos vimos. Desde esse dia, todos os dias amamos viver e vivemos a amar. Tu amas a vida. Eu amo-te assim.

Desde esse dia, contam-se quatro anos tão especiais quanto o é este amor. E todos dias, por mais dias que existam e mais dias que viva o nosso amor, serão dias como esse dia.


 Feliz Dia Amor


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

All you need is LOVE



Hoje em dia, os amores sinceros são raros. Não me refiro aos amores que compreendem juras de partilha eterna, mas aos amores honestos que preenchem espaços vazios. 


Cada vez mais acredito que um amor sincero só pode nascer dentro dos corações que conhecem a sua magnitude e que anseiam por se tornarem cada dia maiores, não por se consagrarem na união, mas por reconhecerem o gáudio de engrandecerem o outro com a sua luz.


Ao longo da minha vida, tenho dedicado as minhas reflexões e os meus questionamentos emocionais à capacidade humana para sentir e seguir o seu caminho guiado pelas emoções. Dizia-me uma cliente, num destes dias, que o ser humano é 80% pura emoção e 20% medo de sentir as suas próprias emoções. Com todo o respeito que tenho pelos processos racionais, e desconhecendo a veracidade ou fonte desta proporção, acredito, porque sinto em mim como verdade, que a maior parte de nós vive numa fuga constante de se sentir. Somos, desde pequenos, impelidos a pensar, a aprender factos, a conhecer padrões culturais e sociológicos, a identificar estrategicamente formas de sermos bem-sucedidos perante o que é esperado por quem nos instrui, mas esquecem-se de nos fazer parar e sentir. Não tenho dúvidas que é aí, nesse momento, nesse limbo da consciência emocional e racional, que aprendemos a ter medo do escuro e do silêncio, pois esse é o espaço onde somos forçados a sentir. O medo do desconhecido é o medo de nos conhecermos. O medo do silêncio é o medo de, no som dos nossos impulsos vitais, nos encontrarmos. 


O medo das nossas próprias emoções é o ponto de partida para uma relação condenada com o mundo e com a vida. Negar parte de nós, é negar a própria existência com uma coragem incauta. Sem a aceitação das nossas emoções não pode haver amor-próprio e sem amor-próprio não pode haver um amor ao próximo que seja equilibrado, saudável e que justifique o propósito de qualquer união. Amar sinceramente alguém, na forma pura que o amor exige, pressupõe a sinceridade de nos amarmos na nossa completude, com todas as emoções que nos abalam, nos derrotam, nos exultam e nos fazem sentir vencedores perante a vida. O amor-próprio é a aceitação do que somos, sem reservas nem filtros, para que o possamos partilhar com os outros.


Os amores sinceros são os que reaprendem a não ter medo do desconhecido e do silêncio. Na verdade, os amores sinceros revelam-se na descoberta do lado desconhecido que há no outro, ensinando-o a encará-lo com tolerância e ternura. Encontram a sua melodia no silêncio mútuo. Criam sons inaudíveis percetíveis apenas na atenção dedicada, nos abraços e no ressoar de ambas as pulsações. Os amores sinceros esperam, com tranquilidade e sabedoria, que os espaços vazios estejam disponíveis para serem completados e transbordarem de tanta emoção.


Eu e o meu marido tivemos, recentemente, o privilégio de fazer parte da celebração da união de duas almas especiais que conhecem o poder curativo da honestidade emocional. Raras são as pessoas que vivem tão intensamente as suas emoções, sem receio de partilhar lágrimas de alegria ou de tristeza, de se mostrarem sensíveis, de se abraçarem de forma sentida, de falar do que as move e de, no embalo da pureza que emana dos seus corações, conduzir quem os rodeia na mesma emoção. 

Tão regenerador quanto inquietante foi poder, a milhas da nossa zona de conforto, num país estrangeiro e rodeados de pessoas desconhecidas, partilhar dessa celebração, esquecendo todas as barreiras para entrar num círculo de amor e fraternidade como não há igual. Tão longe do nosso porto seguro, sentimo-nos mais em casa que nunca. Receio nunca ter presenciado anteriormente iguais palavras de dedicação, apreço e valorização trocadas entre familiares e amigos por meio de olhares cúmplices inundados de lágrimas, sorrisos genuínos, votos sinceros de felicidade e uma vontade imensa de estar ali, inteiros e cheios de amor por dentro. Não havia medo de nada. Havia muita vontade de amar, como se mais nada existisse ou fizesse sentido sem essa vontade.



Hoje, um pouco mais crente no amor e nas pessoas, e com o peito imenso, tenho um lugar especial nas minhas emoções a que acorrer quando a descrença me assolar. Irei relembrar a alegria que senti, as lágrimas que chorei, a pura felicidade que abracei com o coração e o milagre de ter cocriado um amor sincero. Irei relembrar a magia de sentir.


De volta à minha zona de conforto, sei que os amores sinceros existem. Não estão disponíveis a toda a gente, mas estão disponíveis aos que aceitam o desafio de se deixarem transformar e se libertarem dos seus fantasmas para abraçarem uma forma de viver mais intensamente. E um amor assim sincero, é tudo quanto basta.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Carpe Annum!




Com o início de um novo ano, chega o momento das resoluções e da vontade de mudança. Facto é que, regra geral, toda energia e motivação que renasce com as doze passas rapidamente se desvanecem nos primeiros meses do ano. É a dieta tão deseja que não chega a ser bem-sucedida, os votos de laços mais estreitos com familiares e amigos que se esquecem pelo caminho, a disciplina, o realizar de sonhos, a mudança de hábitos e rotinas e todo um sem fim de projetos que perdem o seu fulgor, se não o sentido, ao longo dos doze meses do ano.

Tal como a maior parte de vocês, também eu revisito as minhas resoluções anualmente, também eu prometo a mim e aos outros mudanças que não chego a cumprir e reconheço as dificuldades em manter a motivação trazida pela esperança de um novo ano, com um novo ar e novas oportunidades. Eis, pois, algumas das regras que aplico e que considero frutíferas nesta missão das resoluções.

1.       Não faça promessas. Assuma compromissos.
Por muito que as suas promessas estejam imbuídas de boa vontade, por si só não serão suficientes para que os resultados apareçam. A nossa mente, criadora da nossa realidade, comporta-se de maneira muito linear quando toca à projeção dos nossos desejos e planos e é tanto mais eficaz e funcional quanto maior for o nosso comprometimento. Assim sendo, quando fizer uma promessa de mudança, crie um verdadeiro compromisso consigo próprio, mantendo presente os benefícios dos resultados que pretender. Na vida, perante os diversos caminhos que podemos escolher, iremos sempre optar por aqueles que nos dão mais a ganhar. Por esta mesma razão, fixe-se nos resultados que os seus compromissos lhe vão dar, sinta a emoção de tais sucessos, mantenha-se focado e fiel, e, certamente, a recompensa virá sem grande esforço e com a fluidez do coração.

2.       Altere as habituais resoluções. O que não funciona é para ser alterado.
Se analisarmos, sem necessidade de grande detalhe, as resoluções dos anos precedentes, facilmente verificaremos que há resoluções que se mantêm ano após ano, assim como o seu fracasso. Se quer fazer diferente este ano, mude a premissa. Pergunte a si próprio, e responda com franqueza, “O que funciona?” e “O que não funciona?”. Tenha a coragem de ser realista e perceber o porquê daquilo que não funciona e encontre uma estratégia adequada às suas possibilidades. Se não conseguiu manter a dieta que idealizava e, por conseguinte, os resultados associados, então estabeleça outro compromisso que seja viável (por exemplo: um estilo de vida mais saudável com exercício duas vezes por semana) e, no ano seguinte, eleve a fasquia.

3.       Sonhe e crie novas resoluções.
Não olhe a realidade dos outros, construa antes a sua. Saia do padrão habitual, revisite os seus sonhos antigos que se encontram guardados no baú e arrisque sonhar em grande. Tem o sonho de ter a profissão que imaginava em criança? Gostava de viajar? Quer escrever um livro? Aprender a tocar um instrumento musical? Independentemente da “grandiosidade” do seu sonho, avalie-o apenas em relação à emoção que ele lhe transmite. Nunca é tarde para realizar sonhos, é sempre cedo para começar a construir o caminho.

4.       Trace objetivos precisos e com horizonte temporal.
Umas das estratégias que mantenho e que, para além do resultado, ajuda a manter a motivação, é a definição das resoluções com recurso visual. Há quem lhe chame Vision Board, Mapa do Tesouro ou Mapa dos Sonhos. Em termos práticos, trata-se de alimentar o nosso dia-a-dia com um alerta daquilo que queremos para nós. Aconselho que se faça uma colagem com imagens alusivas ao que se pretende (por exemplo: o trabalho de sonho, a viagem que gostaria de fazer, a imagem de uma família unida e em harmonia,…), e, eventualmente, associando palavras que apelem a emoções. Juntamente com essa colagem, atribua uma data limite a cada objetivo. A nossa mente funciona consoante as ordens que lhe damos e um desejo é uma ordem. Tal como quando acordamos e sabemos que temos determinadas tarefas a serem concluídas até ao final do dia e a nossa mente vai organizar-se e atrair a si as circunstâncias ideais para que tal aconteça no tempo definido, da mesma forma se processa relativamente aos sonhos. Assim sendo, construa as suas imagens inspiradoras, contemple-as diariamente, defina para si o tempo ideal para que se concretizem, e esteja atento às oportunidades. A sua mente agradece a ordem e a precisão.

5.       Com alguma frequência, faça uma lista de autoavaliação e valorização.
Vá analisando as suas resoluções com frequência para poder avaliar o seu nível comprometimento e resultados obtidos, mas, acima de tudo, seja capaz de se valorizar perante as suas conquistas e sucessos. Reveja a fórmula de sucesso que conduziu a essa conquista e tome-a como exemplo. Tome-se a si como exemplo de sucesso!

6.       Reúna-se de pessoas que validem as suas emoções e sonhos e afaste-se de opiniões negativas que o desmotivam.
Quando verdadeiramente empenhado nas suas mudanças, não vai querer que o desviem do seu caminho. Desta forma, seja criterioso relativamente às opiniões que ouve. Esta é a sua vida, são os seus sonhos, é o seu caminho e de mais ninguém. Ouça e considere apenas as opiniões de quem demonstra obter resultados na medida do seu empenho e do seu comprometimento e desvie da sua atenção as opiniões de quem teima em nada conquistar. 

Por fim,
7.       Se não conseguir este ano, volte a tentar.
Tudo tem o seu tempo certo, tal como as nossas resoluções e o nosso caminho. A seguir a este ano virá outro, cheio de energia e com novas oportunidades que lhe são trazidas pelos seus próprios desafios, pelo trabalho desenvolvido nos anos anteriores e em consonância com a sua aprendizagem e evolução. Aquilo que não conseguir alcançar, tente novamente na altura de considerar novas resoluções. O que não se concretiza não tem de significar um fracasso. Pior que voltar a tentar, é não tentar. É uma forma de decisão de quem não tem coragem de decidir fazer o mesmo de forma diferente.

Em 2014, seja diferente, faça diferente e obtenha resultados diferentes. Carpe Annum!



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2014 – Energia 7 – Reflexão


(Não obstante a análise do ano pessoal, a energia do ano universal deve ser compreendida como uma alavanca para potenciar o melhor de cada ano, marcando aspetos gerais e comuns que deverão ser tidos em conta para uma maior realização pessoal.)


2014 – Energia 7 – Reflexão


A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo” – Maurice Merleau-Ponty



O 7 é o número do conhecimento, da reflexão, da introspeção e do pensamento. Rege os aspetos metafísicos, a filosofia, a intuição e a perceção na busca da verdade. É o número do espaço interior, do silêncio, da tranquilidade e do tempo que passa, lento mas certo. É o número da fé, da crença, da leitura, da escrita, do campo e natureza.


É um número de elevado significado espiritual e transcendente por relacionar-se com todos os aspetos inerentes ao ser, com a passagem do invisível para o visível e com a transmutação de energia que marca o fim de um ciclo de criação física. “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou” (Êxodo 20:10-11). 7 são igualmente os dias que compreendem cada fase da lua que marca os movimentos da natureza e da nossa regeneração celular. São sete os dias da semana, as cores do arco-íris e as notas musicais. O 7 surge associado a um ciclo cósmico periódico em que há uma harmonização interior que nos prepara para, compreendidas as energias precedentes, as materializar e assim criar um bem comum. Compreendido entre o 6 e o 8, o 7 é o número que faz a transição da energia emocional para a energia do mundo prático. É a ponte entre aquilo que se sente e aquilo que se realiza e que tem forma. É o acesso à substância sem forma que cria. É a compreensão da nossa natureza, do que não se vê e do que se intui. É o fim de um ciclo em que há a oportunidade de rever, analisar, conhecer e corrigir o que foi feito e criado nos seis anos anteriores para que a materialização dê os frutos que se pretende no ano seguinte.

O ano de 2014, regido pela energia 7, será um ano de fortes movimentos interiores que obrigam a mudanças e a equacionar o nosso papel não só na nossa vida, mas na interação com os outros. Para tal, será importante que se abra espaço a que estas mudanças ocorram pois estes movimentos requerem tranquilidade, paciência, fé e um espaço interior que deve ser cultivado e respeitado. A visão, os sonhos antigos e os projetos outrora abandonados deverão ser revisitados. Refazer, reestruturar, repensar, refletir, revisitar, relembrar, reencontrar e regenerar deverão ser ações presentes com o objetivo de melhorar e procurar dentro uma resposta mais favorável e mais adequada ao futuro que se pretende construir.


Será um ano em que os domínios da metafísica, da filosofia, do estudo da vida, da existência e da espiritualidade serão mais prementes. É um ano em que a reclusão deverá existir apenas para que se viaje interiormente a fim de buscar uma verdade escondida e devolver um sentido aos aspetos práticos da vida. Por esta razão, será de evitar o isolamento, a fuga, a evasão através do pensamento e a excessiva individualização. Como o ano de 2014 trará a necessidade de procurar um sentido para a vida, estão favorecidos quaisquer tipos de estudos neste sentido, de qualquer modo é aconselhável associar o pensamento à intuição. A consciência e a responsabilização das ações poderão ser um peso demasiado pesado para carregar levando à tendência a racionalizar as circunstâncias, o que poderá dificultar a compreensão do próprio papel na condução da vida e dos acontecimentos. É, pois, importante que a reflexão seja associada à fé e à confiança no processo da vida, mas também ao nosso papel nas escolhas e ações que determinam os caminhos que seguimos. Correndo o risco de racionalizar em demasia, pensar em demasia, interiorizar ou calar em demasia, poderão surgir estados depressivos que deverão ser evitados ou ultrapassados, fazendo do recolhimento uma oportunidade de expansão. O contacto com o campo e a natureza poderá ser altamente rejuvenescedor e uma oportunidade de reequilíbrio de energias.


O ano de 2014 marca sobretudo o levantar do véu da verdade, trazendo ao de cima questões ocultas e até agora veladas, ou ainda a revelação de aspetos importantes, pois é maior a consciência e a capacidade para os entender e integrar. As descobertas devem ser comunicadas e partilhadas.


Ganham maior importância os documentos assinados, os compromissos, os contratos, os acordos, a palavra e a tomada de posição, ainda que seja feita em termos tácitos. A privacidade, a intimidade, a necessidade de um espaço próprio, o Eu e a vontade própria ganham maior domínio. 


As relações são afetadas na medida em que a energia do ano exige relações de energia semelhante. Assim sendo, estão favorecidos novos relacionamentos ou amizades que nos colocam em contacto com uma energia de ascensão e de evolução. Haverá a tendência ao isolamento e a que se necessite de maior espaço, privacidade e momentos a sós. Lugares longe da multidão serão os escolhidos, o que poderá trazer o sabor amargo da solidão que, por sua vez, trará a sua consequência nos anos seguintes. Desta forma, procure um equilíbrio no seu relacionamento com os outros o que parte, obviamente, de um equilíbrio na relação consigo mesmo. Crie espaços de convívio saudável com o seu Eu interior, para que o convívio com os outros não lhe pareça uma cedência de privacidade. A liberdade será, neste âmbito, um domínio importante na medida em que, através de uma disciplina focada e estruturada é possível alcançar uma liberdade eficaz que permita que as relações de cooperação se estreitem e haja, efetivamente, uma partilha do “Eu” para criar um melhor “Nós”.


Em termos de saúde, haverá que dar maior atenção a questões do foro psicológico bem como à tensão nervosa. Práticas de equilíbrio energético e meditação são recomendadas, pois é um ano em que o desgaste mental e físico será maior, sobretudo para aqueles que resistam à energia do ano. Para além disto, sendo um ano de energia espiritual, estarão fortemente favorecidas todas as atividades que construam pontes entre o corpo e alma. 


Em termos profissionais, estarão favorecidas as atividades que associam o conhecimento, os estudos, a tecnologia, a análise, a escrita e os assuntos místicos.


Apesar de o ano de 2014 apelar à pausa e ao descanso para que haja tempo e espaço para o silêncio e para a compreensão, não deverá ser um ano de estagnação. Na verdade, haverá a sensação de que os movimentos não ocorrem e de que há demasiada lentidão nos processos, mas o desenrolar dos acontecimentos e do próprio entendimento será feito no seu tempo certo, e não no tempo físico. Assim sendo, durante o ano de 2014 será importante que se aprenda a respirar, a pausar, a silenciar a mente e a respeitar o tempo de cada um e, sobretudo, do nosso próprio caminho. A paciência é a virtude que conduz à compreensão dos factos importantes, não devendo, portanto, ser descurada.


O ano de 2014 é, sobretudo, um ano de redescoberta e de tomada de consciência que terá os seus benefícios na proporção da abertura, da confiança, da recetividade e disponibilidade de cada um para se reavaliar, se analisar e se conhecer, sem crítica, mas com pensamento claro e objetivo. 


A energia do ano universal estará reforçada, nos aspetos positivos e negativos, em pessoas que estejam em anos pessoais 7 ou que tenham aspetos kármicos 7. Aqueles cujos mapas revelem forte presença de energias 4, 7 ou 11 poderão esperar e deverão abrir-se a revelações espirituais. O bloqueio da energia do ano poderá, de forma menos positiva, levar a estados mentais de desequilíbrio, a isolamento, à desconfiança em si próprio, nos outros e na vida e à não-aceitação da sua própria natureza. De forma mais positiva, este ano poderá levar a que se encontre um sentido para a vida, a uma aceitação filosófica dos porquês da existência, ao encontro com uma sabedoria interior que é orgulhosamente reconhecida, revelada e partilhada.

Durante o ano de 2014 procure confiar, abrir-se à evolução da consciência, partindo de um lugar de paz e não de conflito. A aceitação não parte da passividade, mas sim da compreensão do que é verdadeiramente importante e da perfeição de cada acontecimento, no seu dado tempo e na sua própria dinâmica. Foque-se em si a fim de se conhecer e, assim, poder partilhar com o mundo melhor de si. A melhor relação que pode e deve construir é a relação consigo próprio: conhecendo-se, aceitando-se e, por fim, amando-se.



 No maravilhoso território do silêncio nós tocamos o mistério. Ele é o lugar da reflexão e contemplação, e é o lugar onde nós podemos nos conectar com o conhecimento profundo, para o caminho da sabedoria profunda.” – Angeles Arrien