Hesitei em escrever um segundo
post no dia 14 de Fevereiro por razões diversas e facilmente suspeitáveis.
Em primeiro lugar porque é
difícil, extremamente difícil, escrever um segundo post de um blog que
representa o início de um caminho, entre tantos e igualmente importantes
caminhos que se encetam ao longo da vida. Há toda uma expetativa, geralmente
indissociável da necessidade de aceitação e validação por parte de quem “nos”
lê, e há a questão da autossuperação. Decorridos tantos meses entre a
embrionária ideia de conceber um blog e o rasgo de coragem de o dar à luz, a
exigência é imensa e nem a consciência de se fundamentar em propósitos
meramente egóicos a dissipa.
Em segundo lugar, a controversa
natureza do dia de São Valentim leva a públicas discussões, muitas delas
baseadas em opiniões fundamentalistas de quem não partilha da condição sine qua
non que possibilita viver este dia com a imensa alegria com que outros
tantos o fazem, e eu, abstendo-me de assumir uma posição perante tal, opto por
resumir este dia ao que de melhor ele pode ter.
Assim sendo, este segundo post do
meu amado e recém-nascido blog não é sobre o dia de São Valentim, mas sobre a
fantástica oportunidade que temos todos, por questões mais ou menos
interessantes ou mais ou menos fundamentais, de celebrar o Amor nas suas mais
diversas formas, livre e espontaneamente, hoje e sempre. Independentemente das
fortes componentes publicitárias e consumistas associadas a este dia, a verdade
é que parece ser generalizada a necessidade de cuidar de quem mais se gosta, de
expressar palavras e atos de amor e, sobretudo, de o fazer de forma gratuita e
pública, sem preconceitos, reservas ou condicionalismos. Independentemente da
designação ou da tradição do dia que se celebra, é, sobretudo, uma oportunidade de
celebrar o amor e isso é algo que não deve ser menosprezado, sobretudo se nos lembrarmos
das vezes em que amamos de menos, cuidamos de menos e sentimos de menos, caminhando
precisamente na direção oposta daquela que devemos seguir.
Por esta mesma razão, este post
não é uma reação ou comentário ao dia de São Valentim, mas sim uma celebração
de todos os dias em que nos lembramos da imensidão da natureza humana, da
capacidade intrínseca e genuína que possuímos todos de amar e experienciar o seu
efeito único, apaziguador e curativo em nós. Este post é uma celebração de
todos os que, indiscriminadamente, têm a coragem de viver a vida de forma
aberta, disponível e recetiva, abraçando em si a valentia de viver com o
coração.
Feliz dia... do Amor!
"Si el hombre pudiera decir" - Luis Cernuda
"Si el hombre pudiera
decir lo que ama,
si el hombre pudiera levantar su amor por el cielo
como una nube en la luz;
si como muros que se derrumban,
para saludar la verdad erguida en medio,
pudiera derrumbar su cuerpo,
dejando sólo la verdad de su amor,
la verdad de sí mismo,
que no se llama gloria, fortuna o ambición,
sino amor o deseo,
yo sería aquel que imaginaba;
aquel que con su lengua, sus ojos y sus manos
proclama ante los hombres la verdad ignorada,
la verdad de su amor verdadero.
Libertad no conozco sino la libertad de estar preso en alguien
cuyo nombre no puedo oír sin escalofrío;
alguien por quien me olvido de esta existencia mezquina
por quien el día y la noche son para mí lo que quiera,
y mi cuerpo y espíritu flotan en su cuerpo y espíritu
como leños perdidos que el mar anega o levanta
libremente, con la libertad del amor,
la única libertad que me exalta,
la única libertad por que muero.
Tú justificas mi existencia:
si no te conozco, no he vivido;
si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido."
si el hombre pudiera levantar su amor por el cielo
como una nube en la luz;
si como muros que se derrumban,
para saludar la verdad erguida en medio,
pudiera derrumbar su cuerpo,
dejando sólo la verdad de su amor,
la verdad de sí mismo,
que no se llama gloria, fortuna o ambición,
sino amor o deseo,
yo sería aquel que imaginaba;
aquel que con su lengua, sus ojos y sus manos
proclama ante los hombres la verdad ignorada,
la verdad de su amor verdadero.
Libertad no conozco sino la libertad de estar preso en alguien
cuyo nombre no puedo oír sin escalofrío;
alguien por quien me olvido de esta existencia mezquina
por quien el día y la noche son para mí lo que quiera,
y mi cuerpo y espíritu flotan en su cuerpo y espíritu
como leños perdidos que el mar anega o levanta
libremente, con la libertad del amor,
la única libertad que me exalta,
la única libertad por que muero.
Tú justificas mi existencia:
si no te conozco, no he vivido;
si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido."
Tú justificas mi existencia:
ResponderEliminarsi no te conozco, no he vivido;
si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido." ;)
A bênção de viver todos os dias...vida após vida ;)
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