Ultimamente tenho tido o enorme
privilégio de estar rodeada de um número considerável de mulheres
extraordinárias a experienciar o milagre da maternidade. Sem menosprezar o
papel masculino na tarefa de trazer um ser ao mundo, acho transcendente o
processo evolutivo de se ser mãe, independentemente das circunstâncias, do quão
planeada foi ou não a gravidez, da preparação consciente ou não para este
estado de graça, ou até mesmo da decisão de engravidar muitas vezes não bem-sucedida.
A verdade é que a maternidade ocorre quando a mulher dá os primeiros passos na
sua decisão de abraçar o projeto de engravidar, consciente no seu coração, e
não na razão, da verdadeira noção de ser mãe.
Quando digo que tenho tido um
enorme privilégio, digo-o porque tenho tido a possibilidade de observar de
perto, mas com o devido distanciamento, a evolução que este milagre opera na
vida destes seres fantásticos que se encontram irredutível e generosamente
preparados para criar, construir e dar vida dentro de si.
Através do olhar compassivo de
amiga, do olhar analista de numeróloga ou do olhar cúmplice de mulher, tenho
acompanhado as alegrias, o entusiasmo, os medos, as hesitações e, sobretudo, a
tomada de consciência da grandiosidade da inevitável mutação interior. Não tenho
a pretensão de falar da experiência da maternidade na primeira pessoa, cabe-me
sim fazer um comentário elogioso a todas as mulheres que, perdidas no imenso
mar das emoções e da sensibilidade exacerbada e na dança descompassada e
flutuante das hormonas, se revelam guerreiras vitoriosas na arte de amar, de se
ordenar perante tanta desordem emocional e de preparar um berço livre de
agonias, de desassossegos, de inconstâncias e receios, de drama e sofrimento, e
acolchoado de felicidade, sorrisos, emoções partilhadas e laços de profundo
afeto e amor.
Enquanto numeróloga, acredito que
há um caminho traçado antes do nascimento, escolhido consciente e
deliberadamente pela alma que decide nascer, e que esse caminho reúne as
condições necessárias à descoberta da felicidade num processo constantemente
evolutivo. Acredito também que a alma, na escolha de tal caminho, elege igualmente
aqueles que prepararão a sua vinda a este mundo, sabendo certamente que será no
colo desses companheiros de jornada, no olhar ou no carinho terno sem palavras
que acolherá em si a sua primeira experiência deste mundo, absorvendo
igualmente as primeiras emoções, aquelas que serão a impressão digital da alma
nesta experiência terrena.
Enquanto numeróloga confio,
genuína e firmemente, que o propósito da vida está determinado muito antes dos
primeiros passos ou da consciência da vida em si, muito antes de tudo aquilo
que possamos conhecer e desejar. A vida é um caminho único e pessoal de cada
alma, definido por critérios próprios, sábios e divinos como a alma em si, que
permite que tudo aconteça com a máxima perfeição, respeitando o tempo e a
expetativa de evolução de cada alma.
Por vezes é importante retomarmos
ao ponto em que tudo começa, dentro das possibilidades que nos são permitidas,
e repensar a vida na sua instância primeira: o momento em que também nós, agora
adultos formados pelas experiências e tão aparentemente conscientes da nossa
verdade e caminho, respirámos pela primeira vez o ar de quem nasce ansioso por mais
uma vida, tão pré definida e orientada e, no entanto, tão visivelmente em
branco, como que aguardando que nos seja dita qual a vida que devemos escolher.
Repensar a vida a esse nível é abrir um caminho consciente à aceitação do
propósito que escolhemos, tão certo e definido, escrito e imaginado com a
precisão de quem vive totalmente determinado a existir da maneira mais
perfeita. Repensar a vida a este nível é abrir um caminho à aceitação do
propósito que outros escolheram, anuindo com tolerância, respeito e amor
incondicional.
O meu olhar compassivo e cúmplice
de amiga e mulher diz que não há maior desafio, maior oportunidade e caminho
mais certo que aceitar e permitir incondicionalmente que o milagre surja em nós,
de dentro de nós para o mundo, porque quando permitimos que o nosso corpo, a
nossa vida e a nossas emoções sejam partilhados ao ponto de inspirarem novas
vidas, novos começos e novos caminhos, aí surge o propósito da vida em si, a
finalidade suprema da existência e o amor incondicional acontece.
Um obrigada especial a todas as
extraordinárias mulheres que me têm ensinado, com a sua experiência, a entender
a vida do ponto de vista de quem aceita que a vida nasça em si e a conhecer um
pouco mais de perto a verdadeira forma de viver amando incondicionalmente.
escreves muuuuiiiiiiitttto bem! fiquei rendida a este texto!vamos conseguir! :) um beijinho da bruxinha
ResponderEliminarYes we can!!! Beijinho minha querida e obrigada ;)
ResponderEliminarÉs também tu uma dessas mulheres extraordinárias!
ResponderEliminarParabéns pelo teu blog!
Tenho crescido com vocês ;) Obrigada querida *
EliminarParabéns! Escreves muito bem! :)
ResponderEliminarObrigada! É bom ter quem "nos leia"...
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